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CONVERSA ASTRAL
CONVERSA ASTRAL

Lembras-te minha mãe, há quanto tempo

Tu me desventraste para o mundo

Bendita sejas, mãe, pelo sofrimento

Merecias ter tido um viver jucundo

 

Lembras-te minha mãe, quanto cuidado

Eu te dei, p'la vida fora,até partires

Bendita sejas, mãe , pelo teu fado

Bendita sejas, mãe, por me parires

 

Continua, minha mãe, no além morte

A dar o teu desvelo neste meu trilho

Perdoa-me se merecer, o teu perdão

 

Eu sigo, cá  na terra, entregue à sorte

Por vezes minha vida não tem brilho

tudo passa, quarenta e oito, já  lá  vão...

 

 

PORTIMÃO: 18/07/1998

 

 

MANUEL FERREIRA MARQUES