Vi-te Portugal, envolto em chamas
Qual fogo do inferno mitológico
As lágrimas de dor que tu derramas
Pedaços de revolta de um acto ilógico
Eu vi-te Portugal de cinza e preto
Pintado p’la maldade e pela ganância
Tanto verde, que havia em abundância
Tornou-se todo ele, em esqueleto.
Eu vi-te povo meu, em desespero
Tão cheio de nada, tornou-se a vida
Queimaste a alegria nas chamas do desgosto
Foi assim, nesta impotência, onde me aferro
De ver esta terra em chamas envolvida
Que triste, foi este mês de Agosto...
Portimão; Agosto de 2003
Manuel Ferreira Marques
poesia é a voz da alma