INDIFERÊNÇA
INDIFERÊNÇA

Que me importa, ser um nada na vida

Se Deus assim me idealizou.

Serei a flor, que desabrochou

Para enfeitar uma sala fazia.

 

Olho em redor, e vejo liberdade

Mas eu próprio me sinto acorrentado

A uma tristeza que herdei do passado

Aumentando a chaga da saudade.

 

Òh! Ventos que rugis no firmamento

Levai para longe meu lamento

Deixai-me viver na ilusão

 

Sei que a vida è um sonho

Com despertar rude e tristonho

Mas è pior, viver nesta prisão!

 

 

 

PORTIMÃO ; 27/11/1974

 

 

MANUEL FERREIRA MARQUES