Algo me perturba o pensamento
Algo me toldou minha alegria
Mastigo essa amargura, feita sustento
Vomito a minha angústia em poesia
Prendeu-se na garganta este meu grito
Que abafo com sorrisos construÍdos
Mas por mais que faça não evito
De mostrar meus olhos entristecidos
Pudesse eu , meu amigo, comprar a morte
Pedir-lhe que viesse antes do tempo
Cansado que estou já, de tanta esmola
Por mais que tente eu, mudar a sorte
Libertar-me dos grilhões deste tormento
Não encontro coragem para fugir escola
PORTIMÇO : 14/10/1998
MANUEL FERREIRA MARQUES
poesia é a voz da alma